Nasceu na cidade de Montpellier, na França. Seu pai era funcionário do governo e sua mãe, uma dona de casa que sofria de hipocondria. Seu nome completo era Isidore Marie Auguste Xavier Comte. Ele tinha dois irmãos.
Foi um aluno precoce, muito ativo, com uma memória notável, marcando presença em várias ocasiões com a distinção de “le prix de preéminence”.
Estudou na Escola Politécnica de Paris, mas foi expulso da instituição após participar de uma revolta estudantil, o que impediu a conclusão de sua formação acadêmica. Esse fato complicou sua posterior carreira como professor.
Assumiu o cargo de secretário de Henri de Saint-Simón, autor, intelectual, teórico e pioneiro do socialismo francês. Inspirou-se nele para advogar por uma organização social liderada por sábios, o que traria benefícios imediatos para todos os membros da sociedade; ao mesmo tempo, considerava que a melhor organização social deveria ser sustentada pela indústria.
Deixou o trabalho com Saint-Simón, por não considerar suas propostas e ideias. Algum tempo depois, ele questionou muitos de seus ensinamentos e até o descreveu como manipulador.
Casou-se com Caroline Massin, com quem permaneceu até 1842.
O casal enfrentou dificuldades financeiras, levando Comte a trabalhar como professor de filosofia positiva. Organizou um curso especial, composto por 72 aulas, que proporcionou um aprendizado intensivo. Devido à sobrecarga e à pressão de trabalho que impôs a si mesmo, adoeceu, dormindo pouco e sofrendo colapsos nervosos. Ele iniciou um curso e teve que encerrá-lo por falta de adesão, culpando a esposa pela falta de apoio familiar, o que culminou na separação do casal.
Sozinho e aumentando os episódios de raiva, mudou-se para Saint-Denis, em busca de maior tranquilidade. Os médicos responsáveis pelo tratamento o diagnosticaram como um maníaco megalomaníaco e prescreveram reclusão, banhos frios e outros tratamentos típicos da época para sua condição psíquica.
Caiu em profunda depressão e, fora da supervisão médica, atirou-se da Pont des Arts no rio Sena. Um guarda salvou-o do afogamento.
Publicou a obra “Curso de Filosofia Positiva”.
Retomou seu trabalho e concluiu a escrita do sistema de políticas positivas, que totalizou 2.500 páginas e levou três anos para ser completado.
Sua obra mais conhecida é “Discurso sobre o Espírito Positivo”.
Propôs um estudo do processo político a partir do esboço de uma lei que denominou de três estados, que rege o futuro da humanidade.
Cada ramo do conhecimento deve passar por três estados teóricos diferentes: teológico ou fictício; metafísico ou abstrato; e científico ou positivo. No teológico, manifestam-se as noções de direito divino sustentadas pelos reis; o metafísico inclui concepções como o contrato social; enquanto a fase positiva implica uma análise científica ou sociológica da organização política.
Sua visão era de uma sociedade governada por uma minoria de cientistas e especialistas que usassem a metodologia científica para conduzir sua governança e resolver os problemas humanos que surgissem.
Além disso, a harmonia social seria alcançada por meio da divulgação de uma “nova religião” que se caracterizaria pelo abandono do culto ao deus pessoal e pela adoção de um ser abstrato superior, que seria encarnado pela raça humana.
Morreu na cidade de Paris. Por decisão própria, antes de morrer, foi sepultado quando seu corpo entrou em estado de decomposição, com a mão direita tocando o coração, que pressionava um medalhão com cabelos de seu último e grande amor, Clotilde.
Autor: Editorial.