Biografia de Immanuel Kant

Tinha 79 anos (1724-1804). Filósofo e cientista prussiano, pai da filosofia moderna e referência do pensamento iluminista. Concentrou seus estudos e reflexões em duas questões: a moralidade e a experiência sensível como fonte de conhecimento válido. Sua filosofia se propunha a ajudar o homem no desenvolvimento do próprio pensamento em detrimento da aceitação de dogmas. Ele não negou a relevância do conhecimento prévio, nem o confrontou com o conhecimento sensível, mas superou esse antagonismo tradicionalista com uma visão de superação que os combinava. Ele defendeu a proposta de que a educação deveria ser inclusiva. Publicou tratados sobre os mais diversos temas, incluindo assuntos de astronomia e teologia. A nível pessoal, seu caráter disciplinado e meticuloso foi muito comentado, o que para muitos beirava a mania.

22/04/1724

Nasceu na cidade de Königsberg, então parte do território da Prússia Oriental, e sua capital, em uma família que se dedicava ao artesanato em couro. Seus pais lhe incutiram uma profunda fé católica e extremo dogmatismo no ensino. Chamavam-no de Emanuel, mas quando estudou hebraico, decidiu mudar seu nome para Emanuel.

1740

Estudou teologia, medicina, filosofia e ciências na Universidade Albertina de Königsberg.

1747

Abandonou a carreira para cuidar do pai que adoecera gravemente, porém, continuou sua formação de maneira autodidata.

Começou a trabalhar como professor de filosofia, matemática, ciências naturais e ética.

1748 (doravante)

Destacou-se por suas definições claras e originais nos campos da filosofia e da pedagogia…

Defendeu a posição empírica que postulava que o conhecimento resulta da experiência sensível das coisas.

Foi um fervoroso admirador de Jean-Jacques Rousseau e apoiou sua crença de que é o homem quem constrói seu próprio conhecimento e isso é o que a educação faz dele.

Ele enfatizou a necessidade de receber uma formação cultural e moral que aproximasse o indivíduo da perfeição.

Ele sustentou que, precisamente, o que o distingue do resto dos seres vivos é a razão e a moralidade. O homem não será capaz de se tornar um verdadeiro ser sem educação.

Por outro lado, promoveu a educação física, que envolve cuidados físicos, e a educação prática ou moral, inspiradora e caminho certo para alcançar a liberdade.

Ele fez inúmeras contribuições ao pensamento pedagógico iluminista, no entanto, uma dessas grandes contribuições foi superar a contradição entre as posições opostas oportunamente levantadas por seus colegas, Descartes (todo conhecimento é inato), e Locke (todo conhecimento vem da experiência).

Segundo Kant, algumas coisas são inatas, como a noção de espaço-tempo, visto que não existem como realidades fora da mente, mas apenas como formas de pensar as coisas apresentadas pelos sentidos, e que o conhecimento do mundo externo vem da experiência sensível das coisas.

Para Kant, o aluno é quem deve realizar a sua educação, para corresponder à natureza. O verdadeiro objetivo do homem é desenvolver-se completamente por si mesmo.

Entretanto, para alcançar a perfeição é necessária disciplina, qualidade que dominará as tendências instintivas, a formação cultural e a moralização, e que formará a consciência do dever e da civilização.

Ao contrário de Rousseau, ele pensava que o homem não pode ser considerado totalmente bom, embora possa melhorar-se através do esforço intelectual permanente e do respeito às leis morais.

1770

Foi professor de Lógica e Metafísica na Universidade Albertina.

1781

Publicou sua obra mais famosa e mais longa: Crítica da Razão Pura, que continuou com edições das continuações complementares: Crítica da Razão Prática (1788) e Crítica do Julgamento (1790).

Junto com essas publicações, cresceu sua fama como estudioso e, da mesma forma, cresceram as críticas de algumas instituições (a igreja e o governo prussiano) a respeito de suas posições e formulações, por sentirem que seu poder estava ameaçado.

1786

Foi reitor da Universidade Albertina.

12/02/1804

Faleceu com quase 80 anos, em consequência das consequências da arteriosclerose que progrediu progressivamente.

Não se casou nem teve filhos, porque, como diria, assumiu o compromisso de dedicar a vida ao pensamento.

1827 – Post mortem

A Igreja, com a qual mantinha especial rancor e confronto, incluiu a Crítica da Razão Pura na sua lista de obras proibidas.

Autor: Editorial.