Biografia de Lula da Silva

79 anos. Lula da Silva é um político brasileiro, um dos líderes mais populares e influentes da América Latina. Originário de uma família muito humilde, ele foi ativo no movimento trabalhista e se destacou como um líder sindical proeminente e feroz entre os anos 70 e 80. Fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), liderou a oposição aos presidentes Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Foi Presidente do Brasil entre 2003 e 2010, período em que implementou uma política bem-sucedida de redistribuição de renda, visando melhorar a situação da classe baixa. Ao deixar a presidência, gozava de um elevado nível de aceitação popular, graças à redução do desemprego e da pobreza. Anos mais tarde, porém, investigações que revelaram corrupção arraigada em sua gestão resultaram em grande desprezo popular e em sua prisão, de 2017 a 2019. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a prisão de réus condenados em segunda instância, e ele recuperou sua liberdade.

27/10/1945

Nasceu em Pernambuco como Luiz Inácio Lula da Silva, em uma família numerosa e muito pobre. Seus pais eram agricultores analfabetos, e ele viveu uma infância repleta de privações.

1953

Aos 8 anos, começou a trabalhar para ajudar a cobrir as despesas da família. Trabalhou no cais de Santos como vendedor ambulante, engraxate e, na adolescência, como auxiliar de lavanderia.

1959

Mudou-se para São Paulo com sua mãe e irmãos e concluiu a escola primária. Começou a trabalhar em uma metalúrgica e foi aceito em um curso de torneiro mecânico. Durante esse período, o Brasil experimentava um boom de desenvolvimento, com muitas empresas metalúrgicas sendo estabelecidas em São Paulo.

1963

Perdeu um dedo da mão esquerda em um acidente de trabalho.

1964

Ocorreu um golpe militar que instaurou um governo de facto, reduzindo as liberdades e a democracia a zero, e estabelecendo um sistema implacável de repressão.

1969

Aproximou-se do Partido Comunista e começou a participar de reuniões sindicais, assumindo um lugar como substituto na liderança da guilda.

1971

Sua primeira esposa faleceu grávida de 8 meses, vítima de uma hepatite agravada por anemia e pela ineficácia dos profissionais de saúde. O bebê também faleceu.

1974

Reconstruiu sua vida amorosa e casou-se novamente com Marisa Letícia, com quem teve três filhos e adotou o filho dela.

1975

Tornou-se presidente do sindicato. O clima político, social e trabalhista estava tenso devido à repressão do estado ditatorial, enquanto os sindicatos resistiam com o apoio de grupos de esquerda.

1978

Liderou manifestações e greves, e sua figura política transcendeu a esfera sindical.

1980

Foi preso e passou um mês na prisão. Quando foi libertado, retomou suas atividades sindicais e políticas. Fundou o Partido dos Trabalhadores (PT), que rapidamente atraiu estudantes, intelectuais, artistas, entre outros.

1986

Foi eleito deputado federal por São Paulo, cargo que ocupou até 1991. Participou da Convenção Constituinte, promovendo a inclusão dos direitos à greve, à licença maternidade e à redução da jornada de trabalho.

1989

Concorreu à presidência e foi derrotado por Fernando Collor de Mello, que mais tarde seria deposto por corrupção.

1990

Presidiu o Instituto Cidadania, promovendo políticas públicas que seriam implementadas em seu futuro mandato presidencial, como o Plano Fome Zero.

1994

Concorreu novamente às eleições presidenciais e foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso.

1998

Candidatou-se novamente à presidência e foi derrotado por Cardoso, que foi reeleito.

2002

Foi eleito presidente do Brasil, o primeiro trabalhador e líder sindical a ocupar o cargo mais alto do país, derrotando o candidato apoiado por Cardoso.

2006

Foi reeleito no segundo turno das eleições, derrotando Geraldo Alckmin, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

2011

Foi diagnosticado com câncer de laringe, do qual se recuperou após um ano de tratamento.

2016

Foi ministro da Casa Civil por um ano durante a presidência de Dilma Rousseff.

2017

Ficou viúvo novamente após a morte de sua esposa.

Foi preso no contexto do escândalo de corrupção envolvendo seu governo e a Petrobras.

2019

Foi libertado após o Supremo Tribunal Federal declarar inconstitucional a prisão de réus condenados em segunda instância, uma decisão tomada pelo juiz Sergio Moro, que se destacou no combate à corrupção política.

07/2022

Iniciou formalmente sua campanha presidencial. Anunciou que, caso retornasse à presidência, nomearia para o Ministério da Economia um funcionário com vasta experiência política, definindo uma missão clara e alinhada com os legisladores — uma condição essencial para o avanço de projetos nesta área. Desta forma, ele pretendia replicar as políticas de seu primeiro mandato presidencial (2002-2006).

Casou-se novamente, desta vez com a socióloga Rosangela, que é 21 anos mais jovem.

O tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, foi assassinado em Foz do Iguaçu durante a celebração de seu 50º aniversário, em uma festa temática que incluía imagens do ex-presidente Lula. Um agente penitenciário, armado, irrompeu no evento exclamando “Bolsonaro é quem manda aqui!” antes de se retirar temporariamente. Poucos minutos depois, ele retornou e começou a atirar, o que chocou todos os presentes.

Este incidente violento e inesperado reavivou a manifestação de violência política no Brasil, que não se via de forma tão explícita há muito tempo.

O Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade do Rio de Janeiro emitiu um relatório estatístico alertando para uma escalada de violência na política: até agora, neste ano, foram registrados 214 episódios de violência, um aumento de 23% em comparação com a última campanha eleitoral em 2020.

A polarização entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e os de Lula atingiu níveis sem precedentes desde o retorno da democracia em 1985. Muitos analistas atribuem grande parte da responsabilidade por este clima tenso à retórica inflamada do presidente Bolsonaro e à sua política de flexibilização do porte de armas para civis.

Uma das primeiras figuras públicas a denunciar a violência dos seguidores de Bolsonaro foi a cantora Anitta, que declarou publicamente seu apoio a Lula através das redes sociais. Ela esclareceu que seu apoio não representa uma adesão ao PT ou a qualquer outra força política, mas sim um repúdio à violência associada a Bolsonaro e seu entorno.

Autor: Editorial.