Teria nascido em Jerusalém. Era o décimo filho do rei Davi com sua esposa Bate-Seba. Tudo o que se sabe sobre sua vida e obra transcendeu a Bíblia.
Assumiu como rei e governou o Antigo Reino Unido de Israel antes da morte de seu pai, que, entre outras recomendações e mandatos, lhe pedia que respeitasse e obedecesse a Deus acima de todas as coisas, seus mandamentos, decisões e opiniões.
Confrontou seu meio-irmão Adonias, que liderou várias tentativas de derrubar seu pai. Todas foram eliminadas por Davi e depois por ele mesmo.
Quando Adonias ousou proclamar-se rei, Salomão ordenou que ele fosse morto.
Deus o recompensou com o dom da sabedoria e do conhecimento, após um comovente pedido de Salomão, diante da iminência de ter que governar o vasto reino que herdou. Também lhe concedeu honras e riquezas que ele soube usar como nenhum outro rei israelita para tornar seu governo ainda mais notável.
A prosperidade e o sucesso de sua administração foram imediatos e cruciais para serem lembrados historicamente.
Entre outras reformas e contribuições, melhorou as defesas do território, criou mais empregos para os habitantes, expandiu sua corte e estabeleceu impostos que melhoraram as finanças do reino.
Exportou minerais para a Etiópia e a Arábia em troca de ouro, prata, burros e marfim, e cobrou altos impostos sobre caravanas de camelos.
A prosperidade econômica não só beneficiou ele e sua corte, mas também multiplicou a riqueza de seus súditos, fato que naturalmente lhe trouxe apoio e popularidade.
Desenvolveu um sistema de comércio terrestre e marítimo bem-sucedido, protegido por uma marinha e um exército poderosos, que cuidavam de todas as rotas comerciais e de todos os bens que entravam no reino.
Na Bíblia, até se faz referência à prosperidade de seu governo, dizendo que, naqueles anos, o ouro e a prata eram tão comuns quanto as pedras.
Dividiu o território em doze distritos e impôs um chefe a cada um deles, uma abordagem certamente moderna de distribuição de poder.
Embora tenha vivido em uma época acostumada a guerras sangrentas, invasões e conquistas, foi um rei que defendeu o pacifismo, com palavras e ações.
As monumentais obras públicas que projetou não deixavam nada a desejar em comparação às de seus colegas faraós egípcios, em qualquer aspecto, incluindo o uso de trabalho escravo para realizá-las.
Contratou carpinteiros, arquitetos, pedreiros, metalúrgicos, pois minas de cobre e ferro proliferavam na região, e trouxe os materiais mais luxuosos da Fenícia.
A obra mais famosa e impressionante que deixou foi o Templo de Jerusalém, cujo objetivo era erigi-lo como morada eterna da Arca da Aliança e dos rolos da lei de Moisés.
Outro aspecto de seu governo que cultivou e destacou foram as relações exteriores, graças às alianças que estabeleceu com nações muito poderosas e próximas, como a Arábia e o Egito.
O formato mais comum utilizado foram os arranjos de casamento e a entrega de concubinas. Estima-se que ele teve cerca de 700 esposas e 300 concubinas, respectivamente.
Com a Rainha de Sabá (atual Iêmen) teve uma relação que misturava política com amor e que entrou para a história justamente pela combinação desses elementos. A Bíblia relata que o monarca ficou fascinado e surpreso não só pelas riquezas de Salomão, mas também pela sabedoria que o caracterizava.
Ela o ajudou a abrir e manter fortes laços políticos e comerciais com outros monarcas árabes.
Cultivador com perfil cultural prolífico, é creditado como autor do Livro dos Provérbios, do Cântico dos Cânticos e do Eclesiastes, todos eles textos bíblicos. Além da Bíblia, foi autor de canções, contos, obras científicas, poemas, entre outros temas e gêneros.
O fim de seu governo foi sem brilho, e ele foi encurralado por insurreições e ataques de povos vizinhos e estrangeiros.
Por outro lado, ele permaneceu prisioneiro do culto aos ídolos, não apenas permitindo que fossem adorados em seu reinado, mas ele próprio caiu na idolatria.
Suas alianças matrimoniais interculturais contribuíram muito para essa situação e ele acabou perdendo o favor de Deus.
Em todo o caso, suas contribuições fantásticas na construção de uma vila que se tornou uma referência política, cultural e religiosa na antiguidade não foram ofuscadas.
Teria morrido, na cidade de Jerusalém, de causas naturais, aos 80 anos. Foi sucedido por seu filho Roboão, que acabou provocando uma guerra civil e o fim do Reino Unido de Israel.
Autor: Editorial.