Nasceu na fazenda da família São Bernardo, localizada no município de Capivari, interior de São Paulo, no seio de uma família abastada da cidade.
Seus pais a apoiaram desde o primeiro momento em que manifestou interesse em ser artista, situação incomum para uma época que não estava acostumada com as mulheres não apenas decidindo seu futuro profissional, mas também escolhendo o campo artístico para se expandir.
Começou a estudar pintura e desenho.
Viajou para Barcelona para completar seu treinamento. Na viagem, sua irmã a acompanhou e seus pais os matricularam em um internato chamado Sagrado Coração. Após esta viagem confirmou ainda mais o seu interesse pela pintura.
Casou-se muito jovem, aos 18 anos, com André Teixeira Pinto, primo da sua mãe, com quem teve uma filha. Se separaram em 1913.
Fez cursos de pintura e escultura que a aproximaram de colegas como Anita Malfatti.
Viajou para a cidade de Paris, para se aperfeiçoar na Academia Julian.
Fez parte de um grupo de artistas com as mesmas preocupações com a cultura, e organizaram um evento que chamaram de Semana de Arte Moderna, no Theatro Municipal de São Paulo, que transcendeu na história como marco fundador da chegada do Modernismo ao Brasil.
Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade a acompanharam, e juntos formaram o Grupo Dois Cinco.
Adotaram as vanguardas europeias: cubismo, expressionismo, futurismo, porque sua missão era clara: transformar a arte brasileira, que era extremamente conservadora.
O Brasil possui uma grande riqueza e variedade cultural, produto das civilizações primitivas que habitaram o território, e que permaneceram inalteradas apesar do passar do tempo.
Em sua produção combinou formas autóctones com estilos modernos, que incorporou quando estudava.
Retornou a Paris e teve contato com o cubismo por meio de seu professor Fernand Léger.
Apaixonou-se e casou-se com o poeta e dramaturgo brasileiro Oswald de Andrade, com quem viajou extensamente pelo país em busca e conhecimento das riquezas culturais. O casal se separou em 1930.
A sua proposta artística ultrapassou rapidamente as fronteiras da sua terra natal e tornou-se um fenómeno artístico admirado pelas vanguardas europeias que tanto a influenciaram.
Expôs seu trabalho Pau Brasil em uma galeria em Paris.
Apresentou sua obra Abaporu, que inaugurou o Movimento Antropofágico; a dedicou e presenteu a seu marido por ocasião de seu aniversário.
Com o tempo, a revalorização do movimento e do trabalho artístico que liderou, tornou-se a obra mais cara da história da arte brasileira.
Foi avaliado em US$ 40 milhões.
Foi comprado em 1955 pelo colecionador e empresário argentino Eduardo Costantini, que também é dono do Museo de Arte Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires). O trabalho está exposto lá.
Inspirado por ela, seu marido redigiu o Manifesto Antropofágico, por meio do qual conclamava os brasileiros a comerem estilos europeus, se livrarem de todas as influências existentes e criarem seu próprio estilo; ao invés de serem comidos pela Europa, seriam eles que comeriam o resto do mundo com sua vasta e rica expressão cultural.
Viajou para a então União Soviética, acontecimento que a marcou e que motivou a sua expressão artística a assumir um colorido mais social e político.
Se separou do marido.
Simpatizava com a ideologia esquerdista e principalmente com o Partido Comunista.
Foi presa por um mês por apoiar abertamente o comunismo durante a ditadura de Getúlio Vargas.
Foi cronista de arte do Jornal e São Pablo; ao mesmo tempo, continuou com sua atividade artística.
Participou da primeira bienal realizada em São Paulo.
Participou da Bienal de Veneza.
Faleceu na cidade de São Paulo. Tinha 87 anos.
Autor: Editorial.