Nasceu na Inglaterra, no condado de Wiltshire, durante a incursão da Armada Invencível de Filipe II da Espanha em sua terra natal.
Seu pai, um ministro anglicano, abandonou a família após uma disputa com o clero local.
Foi criado por um tio paterno, que possuía grande fortuna e cuidou de sua formação e educação, juntamente com seus irmãos.
Estudou em Oxford.
Ingressou na prestigiada instituição Magdalen Hall, onde aprendeu lógica escolástica e filosofia aristotélica, as quais questionou durante toda a vida.
Formou-se e imediatamente começou a trabalhar como tutor do conde de Devonshire, William Cavendish. A partir dessa posição, passou a frequentar a nobreza e as elites intelectuais de sua época.
Viajou pela Europa com seu discípulo e iniciou um percurso que o levou a propor uma teoria materialista, que se opõe ao idealismo, considerando-o a serviço da teologia. Diferenciou filosofia de teologia e considerou esta última irracional.
Sustentou que o conhecimento provém dos sentidos e se opôs à existência de um mundo inteligível.
Por outro lado, considerou que os corpos são os únicos objetos reais passíveis de consideração racional, capazes de agir ou sofrer ações de outros.
Acreditava que nada pode ser explicado a partir de crenças que promovam o ocultismo, tudo existe e é explicado na superfície.
Após a morte de Cavendish, começou a trabalhar como tutor do filho de Gervase Clifton, com quem também viajou pela Europa.
Exilou-se na França, em consequência da crítica situação política em seu país. A disputa entre o monarca e o parlamento, além da divulgação de seus manuscritos, controversos na época, foram motivos que o levaram a sair.
Serviu como tutor do Príncipe de Gales, Charles, por um ano.
Publicou “Leviatã”, sua obra mais conhecida e popular. Nela, fez uma defesa apaixonada do absolutismo monárquico como forma de governo e propôs a teoria do contrato social, pela qual os membros de um grupo, neste caso os cidadãos, reconhecem a existência de uma autoridade, normas morais e leis às quais se submeterão para garantir a ordem social.
O contrato social também estabelece as bases para a origem da autoridade política.
Se o governante não for capaz de proporcionar segurança ao seu povo, então os membros poderão considerar o pacto quebrado e estabelecer outro com alguém que possa cumpri-lo.
O livro é dividido em quatro partes: Do Homem; do Estado; do Estado Cristão; e o Reino das Trevas.
O título foi inspirado na criatura monstruosa, criada por Deus e aparece no livro de Gênesis da Bíblia. A analogia responde ao fato de o Estado ser um homem artificial gigante, como o Leviatã, composto por todos os habitantes, e criado para defender o homem que, sem ele, estaria condenado a viver para sempre na guerra. Este estado é artificial e funciona como uma máquina.
Entretanto, através do pacto, o homem deixa de ser lobo para o homem. Os únicos lobos que existirão serão aqueles que decidirem viver fora da ordem.
A frase “O homem é um lobo para o homem” passou à posteridade como sua afirmação mais aclamada e atual.
Morreu no condado de Derbyshire. Teve uma vida certamente longa, morrendo aos 91 anos.
Autor: Editorial.